quinta-feira, 24 de junho de 2010

Everyone must find a place


Estou perdido.Na natureza confusa e perturbada de mim mesmo.Pálido.Falido.
Paisagem de contorno aspero.
Passo por uma vitrine repleta de anseios tolos que despertam devaneios mórbidos.
Ignoro.A memoria súbita se arrefece.
A barba meses sem o corte frio da navalha.
Dia manso de uma primavera cor de laranja.
As pessoas me olham mas não me veem.Andrajo imparcial e ridículo.
Cai de um degrau numa queda infame embrulhado em gargalhadas.
Rastejo.
Não sei desejar então estremeço.
Sigo a rua em sua descida íngreme como um bêbado trôpego.
Beleza repugnante e inexata que me rodeia.
Me engolfa.
A desolação uterina afaga o ventre.Sinto fome.
Odio na saliva podre de uma boca sem dentes.
Que animal é esse que espreita por meus olhos?
Se esvai a tarde em sua cor lusco fusco.
Pouco a pouco luzes vão tremeluzindo por entre as casas.
Sento me numa esquina despido de tudo que aprendi.
"Dê-me um, pois um é o melhor
Numa confusão, numa confissão
Dê-me paz de espírito e confiança
Não esqueça o que sobrou de nós
Dê-me força e controle em estoque
Dê-me um coração e uma alma
Ferimentos que curem e estragos que concertem"



Look at earth from outer space
Everyone must find a place
Give me time and give me space
Give me real, don't give me fake

Give me strength, reserve control
Give me heart and give me soul
Give me time give us a kiss
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes

Give me one, 'cause one is best
In confusion, confidence
Give me peace of mind and trust
Don't forget the rest of us
Give me strength, reserve control
Give me heart and give me soul
Wounds that heal and cracks that fix
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Just open up your eyes

But give me love over, love over, love over this, I ...
And give me love over, love over, love over this, I ...

Infelizmente não foi nem nunca será...


Los Hermanos - Ultimo Romance
LETRA:
Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
e o quanto levou foi pra eu merecer
antes um mês e eu já não sei
e até quem me vê lendo jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei

e ninguém dirá
que é tarde demais
que é, tão diferente assim
do nosso amor
a gente é quem sabe, pequena
ah, vai me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
a fim de te acompanhar
e se o caso for de ir a praia
eu levo essa casa numa sacola..

eu encontrei-a e quis duvidar
tanto clichê
deve não ser
você me falou
pra eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
e só de te ver
eu penso em trocar
a minha tv num jeito de te levar
a qualquer lugar
que você queira
e ir onde o vento for
que pra nós dois
sair de casa já é
se aventurar

ah vai me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
e se o tempo for te levar eu sigo essa hora
eu pego carona
pra te acompanhar

terça-feira, 22 de junho de 2010

caem cinzas de um céu pardacento...


começar.
depois parar e ficar ate que a dor se cale.
indiferença definitiva de ter falhado em tudo que fui.
superfície da epiderme.
infecundo sorriso de febre e amargura.
murmúrio surdo da lágrima.
essa ideia de beleza que me perturba o sono.
tédio e alheamento interminável.
nauseabundo.
a ter pavor do eco a inundar me o peito.
entrementes.
entrelinhas.
vida tardia no corpo desnudo.
começar.
verdadeiramente triste é o contentamento.
eterna ausência de calma.
sinto a solidão aglutinar se ao âmago.
caem cinzas de um céu pardacento.

Quando me olho...


Quando olho pra mim não me vejo.
É qualquer outra coisa amorfa.
Uma interpretação simulada que se contradiz.
A boca seca num anseio lacônico.
Tão perfeito me é longe de mim.
Passos tremulos num pavimento de ideias etereas.
Meus musculos doem cansados do ócio que lhes imponho.
Quando olho pra mim.
Um futuro enrrugado e repleto de uma fé errônea.
Angustia vívida demoradamente sentida.
Quando olho pra mim tranco me.
Fatigado pelo esforço de ouvir um vazio absoluto.
O silencio apavorante como uma comichão por dentro.
Uma frase cristalina de quem ignora o próprio destino.
Esforço de ensinar ao olhos não perder se na escuridão e
na ausência de si mesmo.
Alma de quem vive a sorte incerta.
Demorar se numa prece que já não me faz sentido.
Quando me olho,hesito.
Quando me vejo,duvido.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

And there is nothing I can do


Pensando quão ridiculo é se preocupar com nossos medos interiores num espaço tão curto de tempo chamado vida.Presos em nossa mente como um feto intra-ulterino os medos se propagam.Viveremos a existencia em toda sua breviedade inebriante.Ha um vazio crescente entre nos e nele vivemos nossa eterna mudança.Você sorri seu sorriso enferrujado e diz que tudo é amor e medo.Amor a vida e medo da morte.Tudo tão simples e tão patetico.Palavras tremulas de uma lingua serpenteante de tedio.
Dançamos na penumbra do sentimento vil vestidos com nosso manto de pensamento cinico.Vimos no amor a manifestação da descoberta para uma prole inteligente e bonita.Destarte fugimos sem mais delonga.Abraçamos Schopenhauer num devaneio torpe de alma hermetica.Digo adeus e fujo.Você sorri e diz que é apenas medo.Amar é ter medo.
Perdi meu chão.Solto num espaço irreal onde eu termino e você começa.Sinto falta daquilo que jamais poderei sentir.Daquilo que jamais poderei ver.Daquilo que jamais poderei tocar.
De onde estou jamais poderei ser ferido.Aqui ja não ha espaço para sentimentos que me são alheios.Pensando no tragicômico destino da vida com escarnio me abstenho de tomar parte.Sou eu apenas aqui preso em mim mesmo.Fico sozinho neste vazio quase tangivel onde me descubro em eterna mutação sem jamais viver toda a complexidade da vida.Então assinalo esse momento como sendo o grande dia.
Sou eu aqui então solitariamente consumido pela minha propria loucura.Concedo-me a liberdade primeva que antecede a tudo.Na minha morada não ha espaço para mentiras.

Você sorri e diz que tudo é amor e medo.



On candystripe legs the spiderman comes
Softly through the shadow of the evening sun
Stealing past the windows of the blissfully dead
Looking for the victim shivering in bed
Searching out fear in the gathering gloom
and suddenly
A movement in the corner of the room
And there is nothing I can do
When I realise with fright
That the spiderman is having me
for dinner tonight

Quietly he laughs and shaking his head
Creeps closer now
Closer to the foot of the bed
And softer than shadow and quicker than flies
His arms are all around me
and his tongue in my eyes

"Be still be calm be quiet now my precious boy"
Don't struggle like that or I will only love you more
For it's much too late to get away or turn on the light
The spiderman is having you for dinner tonight"

And I feel like I'm being eaten
By a thousand million shivering furry holes
And I know that in the morning I will wake up
In the shivering cold

And the spiderman is always hungry...

Vacuo


O dia lento como uma marcha fúnebre incidide sobre mim um funesto pressagio.Cavalga os ponteiros do relógio com seu sorriso desdenhoso,como alguém que carrega todas as verdades possíveis num útero exalando pânico.
Me arrasto hesitante por entre ruas sem nenhuma convicção dentro de mim.Passo pelas aléias sem notar a beleza de nada.Estou cega pela infausta amargura que me corrompe.Apatia gritante pelos anos todos trancados em minha cela de uma certa misofobia amorosa.

Time is running out for us
But you just move the hands upon the clock
You throw coins in the wishing well
For us
You just move your hands upon the clock

Como um ser autômato me dirigo ao fatidico destino que ansiosamente implora nossa alma desde que viemos da possibilidade obscura do nada.Tudo o que nos resta são duvidas.Sussurante voz meliflua dos atos: faz de mim seu titere obediente a que nada contesta.
Não quero ser responsavel por minha realidade translucida.
Sobre mim o ceu estival em suas cores surrealistas de entardecer é como uma chave que convulsivamente abre as travas para lembranças que prefiro manter afastadas.Deixo-me afundar na meia obscuridade de sentimentos que recuso como sendo meus.Apresso os passos.Eu,a observadora dentro da maquina.

It comes to you begging you to stop
Wake up
But you just move your hands upon the clock
Throw coins in the wishing well
For us
You make believe that you are still in charge

Um saco de ossos que vagueia pelo simulacro de uma existencia.Uma coadjuvante da propria historia.
A voz meliflua e hipnotica me guia por entre vielas desconhecidas como se ha muito as conhecesse.Soturnas ruas estreitas de granito com seus casebres de tijolo carcomido pelo tempo,casas antigas de janelas e portas que dão diretamente para rua.Pareço conduzida dentro de um quadro impressionista onde não sinto minhas pernas.
Desemboco numa ponte estreita de granito lajeado e ali permaneço atônita.Na espera do ultimo grande ato do mestre titereiro aqui estou.O fantoche maltrapilho que jamais enxergou alem de si mesmo.
Em passos lânguidos caminho ate o parapeito.O misterio da vida alimenta o martirio do proprio misterio.Tudo tão confuso e insosso.Olho para as aguas turvas do lago e sinto como se um famigerado monstro ali me aguardasse.Respiro profundamente e o ar é entrecortado pela duvida.O ultimo ato da comedia é tragico.

E no final das contas tudo é vacuo.

Go Slowly


Me agarrei a uma possibilidade edionda de felicidade reciproca que jamais existiu.Ou tera sido apenas devaneio de uma mente que delira solitaria por entre meandros de sua insensatez?Caminha tibueante num labirinto de duvidas onde se jamais conheceu evanescencia de tristeza alguma.E quão melhor seria se jamais tivesse acreditado em toda palavra vã que me foi lançada.Se tivesse ouvidos somente pra tudo que jamais foi dito,apenas lido.Palavras que sonhei carregar comigo num sono distante.Sou eu agora vivendo meus medos e solidões.Minhas incertezas abstratas.Quem dira de mim o que fui se sou eu mesma tão absoluta em meus misterios?


over here

go slowly

come slowly to me

I've been waiting patient

patiently


Não pude ver alem do que meus olhos são capazes porque em algum momento o coração a mente cega.Acabo tremula num horizonte de paisagens confusas,distorcidas.Hoje respiro ares de naftalina num lugar que chamo casa.Um enorme vazio me preenche e assim sigo sorrindo como quem sonha qualquer coisa ludica pra se sonhar.Uma simples obrigação a qual me imponho pra que ainda haja resquicio de vida acordada.Tão imprescindivel quanto a mecanica de se inalar esse oxigenio infeccto-contagioso.
É onde surgem medos e delirios e extase numa aglutinação catarsica.Vivo as coisas do mundo da minha propria maneira de pensar.E as melodias dilacerantes continuamente regurgitam sua autocomiseração e lamuria enquanto durmo.Não estou livre dos meus pecados nesse fugaz tempo em que podemos nos esconder da realidade funesta.Todavia,é ali onde melhor consigo combater o que ha de pior em mim.Sou eu mesma minha especie de inimigo intimo numa luta intermitente.Quem dira de mim o que sou se todos nos permanecemos como nosso maior misterio?Me de uma chave que me leve a uma saida.


that there's a way out

that there's a way out

that there's a way out
javascript:void(0)

Sim ha uma saida e eu ei de conhece-la.Nem que seja o frio e escuro anseio da morte.Eu ei de conhece-la.Sentiremos então a liberdade de ser parte indubitavelmente de tudo aquilo que é vivo?

Per fas et nefas


Caminho por uma estrada de terra batida,vermelho desvairado,com uma extensa aleia de arvores desnudas ladeando.Seus galhos ressequidos como braços cadavericos parecem estender mãos imoveis a pedir misericordia em seu tormento.É esse um rumo que segue a esconder-se dos olhos(esse mediocre mecanismo que nos embota o cerebro para novas verdades possiveis) num horizonte rutilante de possibilidades não escolhidas.O ceu pardacento carregado de nuvens plumbeas com relampagos que rasgam essa semi escuridão.Tudo tão soturno e insolito.

Promessas de chuva enchem meu coração de felicidade e agonia.Um sentimento controverso pra me manter aquecido dentro do misterio de ser quem não se reconhece em si mesmo.Havia eu e houve a muito tempo que estranhou-se numa duvida de morte.



A self-fulfilling prophecy of endless possibilty

You're born and raised across the street

In algebra, in algebra

The fences that you cannot climb

The sentences that do not rhyme

In all that you can ever change

The one you're looking for

It gets you down

It gets you down





Paro e fito tudo a minha volta.Não ha som de passaros,nem flores com a surrealidade de suas cores e seu mitico perfume.Não ha respirar de vida nem manhãs de luz avida a emprestar a humanidade algum simulacro de alma.Só o que ha é esse cheiro acre de morte ao qual pertenço cada vez mais.E o esporadico flash dos relampagos mudos numa realidade surda.



There's no spark

No light in the dark

It gets you down

It gets you down



É um universo em desassossego a ser sempre outro que não se recorda do testemunho de ter sido.Onde estão as sensações vividas que como um fardo carregava comigo a me manter preso ao chão?Embriagar-se na ideia de ser nada exceto volatil.Sou imparcial a respeito do ridiculo de ter me feito gente e por que não simplesmente alguma outra coisa qualquer.Que especie de figura supomos ser.



You travel far

What have you found

When there's no time

There's no time

To analyse

To think things through

To make sense



Tão irriquieto no meu torpor de viver a ruminar o disparate das utopias.Penso eu que estou a dormir sob a sombra de uma figura desenhada.Mais me vale abrir uma cova pra me servir de alcova.



Like cows in the city, they never looked so pretty

By power carts and blackouts

Sleeping like babies

It gets you down

It gets you down

You're just playing a part

You're just playing a part

You're playing a part

Playing a part

When there's no time

There's no time

To Analyse

Analyse

Analyse

Enfant terrible



Criamos virus mistificados pra justificar erros inerentes a natureza humana.Não acredito que me valha a pena ser,apenas fingir em meu mais insipido amago que sou.Estou só,a fumar um cigarro na beira de uma estrada,sentada absorta sobre minha velha e surrada mala de couro.Me perco nessa confusa visão de quase noite entre o quase dia.Pertenço a um genero que o diabo adora ter.O das almas honestas e taciturnas que vagueiam por uma simulação de vida.
Ah o desassossego de nada fazer.Se ao menos pudesse regurgitar o absurdo das sensações confusas.Enfastiada de toda essa comedia a qual fui jogada.Teria eu algum dia desejado esta vinda num mundo desgraçado de convalescentes? Que morbida curiosidade teria me impelido!Roubei de mim mesma minha propria sorte de jamais ter nascido.A contar as horas e viver do tempo.A ver pela janela do predio uma finita e estreita visão de mundo.Apavora-me.

Rows of houses all bearing down on me

I can feel their blue hands touching me

All these things into position

All these things we'll one day swallow whole

And fade out again and fade out

This machine will not communicate

These thoughts and the strain I am under

Be a world child, form a circle

Before we all go under

And fade out again and fade out again


E a vida sempre doerá.Eu,esta enfant terrible!Não saberei buscar lagrimas.Nesta beira de estrada observo dentro de mim a monotonia de tudo que me faz humana.
Lenta e sorrateira,instala se uma insonia de um sono que é anseio de morte.
Rasteja o cadaver transtornado,de uma lucidez apavorante que é um pensamento vazio.


Cracked eggs, dead birds

Scream as they fight for life

I can feel death, can see it's beady eyes

All these things into position

All these things we'll one day swallow whole

And fade out again and fade out again

Immerse your soul in love

I am the son and heir of nothing in particular


Quero desabrochar desse sossego excessivo de ser eu fictício.Cansaço inaudito num torpor repleto de sono.Todos os dias como uma sucessão de momentos sufocados em horas de importância nenhuma.Quão abominável é o espetaculo da vida.
Avisto sobre a escrivaninha um caderno de ideias que são elas todas nada mais que velhos anseios disfarçados.Querer decifrar o indefinível.Tolice de existir uma saudade do que nunca houve.
Há um certo prazer nessa ferida cronica que me doí.
Nosso entendimento reciproco e lúcido de não haver esperanças.
Inúmeros seres indiferentes vivem em nós.
O carinho isento de não ser lembrado.A paixão insípida na expansão de um choro incorpóreo.
Levanto me da cama com a mesma certeza que move o moribundo.O mesmo entusiasmo insidioso dos convalescentes.Com a mesma promessa volúvel dos que se enchem de mistério.
Levanto me atordoado,como o ébrio fátuo e suas mentiras eufonicas para consigo mesmo.
Entorpecido por essa calma tépida de quem vive no colapso do eterno descontentamento.
Pra que haja morte é preciso antes,que haja vida.Um simulacro figurativo de uma identidade que é somente vulto.
Emergir na paisagem sonolenta de um ultimo olhar.Titubeante de desejo subito.
Pavido.Timido.Apatico.
Fenecer no tedio de uma solidão em final de tarde.
Sento me a beira do lago,sob a sombra fria de uma arvore cinzenta.
A comtemplar o engodo que me cerca,me deito.Como quem cala por esquecimento.



I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See I've already waited too long
And all my hope is gone
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sufoca me a madrugada...


Texto escrito em 23 de junho de 2009:

O que há dentro de mim que grita nas minhas madrugadas insones de uma sudorese a tremer de febre? Range os dentes. Sufoca o espirito. Rouba-me os pensamentos todos e deixa-me apenas a visão turva,do que seria uma memoria inebriante de um sorriso que é ele proprio o retrato exato de tudo o que poderia ser perfeito.
Tenho medo da morte a espreita nas esquinas.Dos sorrisos enferrujados em rostos com seu escrutinio nas janelas.
Conheço bem o que se passa e que em mim pouco se viu(Quiçá ainda não tenha visto). Não de tal maneira. Me assusta. Como posso dizer então daquilo que nunca vi, nem outrora senti? Os livros nada me ensinaram.
O misterio a correr nas veias.
E quando suponho tal coisa ter tomado forma? Recrudescia muda, a espreita. E hoje me devora.
Algum de nós deveria ter notado? Ceifado o mal sem cura que se aproximava sorrateiro?
Penso na morte temeroso do não estar quando antes estava. Ter sido sempre o mesmo convalescente a lamentar tudo. Aturdido pelo brilho nos olhos amendoados da menina. Uma presença se instala com um certo alivio. Havia em mim um suspiro que já não se encontra. Soluço engasgado num choro derradeiro.
Saudades sentirei de todos. Mas ha aquela por quem a razão é conivente. Fecha os olhos e sorri, pra que o sentimento inunde a tudo e me afogue. Por esta, não ha saudades. O que existe é sim como se me faltasse um pedaço do corpo. Uma perna, um braço ou ele todo. É como se eu não existisse em mim mesmo.
Não ha dicionarios em quaisquer linguas possiveis que sirva de uso.
...ja não ha remedio ou explicação plausivel.
Não te esquecerei jamais!