terça-feira, 9 de novembro de 2010

That Joke Isn't Funny Anymore


Pergunto me as vezes e me incomodo com desagrado.Sinto alucinadamente essa violencia vertiginosa da ausencia de movimento.Tumulto do corpo.
Caminhei pelo vasto ermo com o desespero de um grito sufocado por ser ele o ultimo.
Misterios tolos a modelar a historia.Paro por um instante a observar o terror imerso nas coisas todas.O vento a curvar a relva num dia morbido de outono.Uma emoldurada foto em preto e branco na memoria.
Ja não me importa a ausencia de significados.As horas calidas na companhia absorta de mim mesma.Ideia vivida de um Deus morto.Abdicar se das religiões todas que são simbolos infecundos.
Quero recitar minhas palavras tão cheias de imundicie.Sou pusilanime.Então mantenho o silencio com os olhos quentes de lagrima.
Se nada mais importa,do que me adianta?
As lamentações insossas.Essa magoa persecutoria de nunca ter escrito um livro.
Sonho descontente embrulhado no utero.Uma obrigação tetrica e incerta ao qual me impõem o fardo morto.
Sussurrar de um pensamento que me trai.Nada sinto em mim que senão o tedio.
Passos lentos desse infortunio mal dormido,na pradaria vasta a sentir o roçar leve das gramineas.
Quicá a morte me defina.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Everyone must find a place


Estou perdido.Na natureza confusa e perturbada de mim mesmo.Pálido.Falido.
Paisagem de contorno aspero.
Passo por uma vitrine repleta de anseios tolos que despertam devaneios mórbidos.
Ignoro.A memoria súbita se arrefece.
A barba meses sem o corte frio da navalha.
Dia manso de uma primavera cor de laranja.
As pessoas me olham mas não me veem.Andrajo imparcial e ridículo.
Cai de um degrau numa queda infame embrulhado em gargalhadas.
Rastejo.
Não sei desejar então estremeço.
Sigo a rua em sua descida íngreme como um bêbado trôpego.
Beleza repugnante e inexata que me rodeia.
Me engolfa.
A desolação uterina afaga o ventre.Sinto fome.
Odio na saliva podre de uma boca sem dentes.
Que animal é esse que espreita por meus olhos?
Se esvai a tarde em sua cor lusco fusco.
Pouco a pouco luzes vão tremeluzindo por entre as casas.
Sento me numa esquina despido de tudo que aprendi.
"Dê-me um, pois um é o melhor
Numa confusão, numa confissão
Dê-me paz de espírito e confiança
Não esqueça o que sobrou de nós
Dê-me força e controle em estoque
Dê-me um coração e uma alma
Ferimentos que curem e estragos que concertem"



Look at earth from outer space
Everyone must find a place
Give me time and give me space
Give me real, don't give me fake

Give me strength, reserve control
Give me heart and give me soul
Give me time give us a kiss
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes

Give me one, 'cause one is best
In confusion, confidence
Give me peace of mind and trust
Don't forget the rest of us
Give me strength, reserve control
Give me heart and give me soul
Wounds that heal and cracks that fix
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Just open up your eyes

But give me love over, love over, love over this, I ...
And give me love over, love over, love over this, I ...

Infelizmente não foi nem nunca será...


Los Hermanos - Ultimo Romance
LETRA:
Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
e o quanto levou foi pra eu merecer
antes um mês e eu já não sei
e até quem me vê lendo jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei

e ninguém dirá
que é tarde demais
que é, tão diferente assim
do nosso amor
a gente é quem sabe, pequena
ah, vai me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
a fim de te acompanhar
e se o caso for de ir a praia
eu levo essa casa numa sacola..

eu encontrei-a e quis duvidar
tanto clichê
deve não ser
você me falou
pra eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
e só de te ver
eu penso em trocar
a minha tv num jeito de te levar
a qualquer lugar
que você queira
e ir onde o vento for
que pra nós dois
sair de casa já é
se aventurar

ah vai me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
e se o tempo for te levar eu sigo essa hora
eu pego carona
pra te acompanhar

terça-feira, 22 de junho de 2010

caem cinzas de um céu pardacento...


começar.
depois parar e ficar ate que a dor se cale.
indiferença definitiva de ter falhado em tudo que fui.
superfície da epiderme.
infecundo sorriso de febre e amargura.
murmúrio surdo da lágrima.
essa ideia de beleza que me perturba o sono.
tédio e alheamento interminável.
nauseabundo.
a ter pavor do eco a inundar me o peito.
entrementes.
entrelinhas.
vida tardia no corpo desnudo.
começar.
verdadeiramente triste é o contentamento.
eterna ausência de calma.
sinto a solidão aglutinar se ao âmago.
caem cinzas de um céu pardacento.

Quando me olho...


Quando olho pra mim não me vejo.
É qualquer outra coisa amorfa.
Uma interpretação simulada que se contradiz.
A boca seca num anseio lacônico.
Tão perfeito me é longe de mim.
Passos tremulos num pavimento de ideias etereas.
Meus musculos doem cansados do ócio que lhes imponho.
Quando olho pra mim.
Um futuro enrrugado e repleto de uma fé errônea.
Angustia vívida demoradamente sentida.
Quando olho pra mim tranco me.
Fatigado pelo esforço de ouvir um vazio absoluto.
O silencio apavorante como uma comichão por dentro.
Uma frase cristalina de quem ignora o próprio destino.
Esforço de ensinar ao olhos não perder se na escuridão e
na ausência de si mesmo.
Alma de quem vive a sorte incerta.
Demorar se numa prece que já não me faz sentido.
Quando me olho,hesito.
Quando me vejo,duvido.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

And there is nothing I can do


Pensando quão ridiculo é se preocupar com nossos medos interiores num espaço tão curto de tempo chamado vida.Presos em nossa mente como um feto intra-ulterino os medos se propagam.Viveremos a existencia em toda sua breviedade inebriante.Ha um vazio crescente entre nos e nele vivemos nossa eterna mudança.Você sorri seu sorriso enferrujado e diz que tudo é amor e medo.Amor a vida e medo da morte.Tudo tão simples e tão patetico.Palavras tremulas de uma lingua serpenteante de tedio.
Dançamos na penumbra do sentimento vil vestidos com nosso manto de pensamento cinico.Vimos no amor a manifestação da descoberta para uma prole inteligente e bonita.Destarte fugimos sem mais delonga.Abraçamos Schopenhauer num devaneio torpe de alma hermetica.Digo adeus e fujo.Você sorri e diz que é apenas medo.Amar é ter medo.
Perdi meu chão.Solto num espaço irreal onde eu termino e você começa.Sinto falta daquilo que jamais poderei sentir.Daquilo que jamais poderei ver.Daquilo que jamais poderei tocar.
De onde estou jamais poderei ser ferido.Aqui ja não ha espaço para sentimentos que me são alheios.Pensando no tragicômico destino da vida com escarnio me abstenho de tomar parte.Sou eu apenas aqui preso em mim mesmo.Fico sozinho neste vazio quase tangivel onde me descubro em eterna mutação sem jamais viver toda a complexidade da vida.Então assinalo esse momento como sendo o grande dia.
Sou eu aqui então solitariamente consumido pela minha propria loucura.Concedo-me a liberdade primeva que antecede a tudo.Na minha morada não ha espaço para mentiras.

Você sorri e diz que tudo é amor e medo.



On candystripe legs the spiderman comes
Softly through the shadow of the evening sun
Stealing past the windows of the blissfully dead
Looking for the victim shivering in bed
Searching out fear in the gathering gloom
and suddenly
A movement in the corner of the room
And there is nothing I can do
When I realise with fright
That the spiderman is having me
for dinner tonight

Quietly he laughs and shaking his head
Creeps closer now
Closer to the foot of the bed
And softer than shadow and quicker than flies
His arms are all around me
and his tongue in my eyes

"Be still be calm be quiet now my precious boy"
Don't struggle like that or I will only love you more
For it's much too late to get away or turn on the light
The spiderman is having you for dinner tonight"

And I feel like I'm being eaten
By a thousand million shivering furry holes
And I know that in the morning I will wake up
In the shivering cold

And the spiderman is always hungry...

Vacuo


O dia lento como uma marcha fúnebre incidide sobre mim um funesto pressagio.Cavalga os ponteiros do relógio com seu sorriso desdenhoso,como alguém que carrega todas as verdades possíveis num útero exalando pânico.
Me arrasto hesitante por entre ruas sem nenhuma convicção dentro de mim.Passo pelas aléias sem notar a beleza de nada.Estou cega pela infausta amargura que me corrompe.Apatia gritante pelos anos todos trancados em minha cela de uma certa misofobia amorosa.

Time is running out for us
But you just move the hands upon the clock
You throw coins in the wishing well
For us
You just move your hands upon the clock

Como um ser autômato me dirigo ao fatidico destino que ansiosamente implora nossa alma desde que viemos da possibilidade obscura do nada.Tudo o que nos resta são duvidas.Sussurante voz meliflua dos atos: faz de mim seu titere obediente a que nada contesta.
Não quero ser responsavel por minha realidade translucida.
Sobre mim o ceu estival em suas cores surrealistas de entardecer é como uma chave que convulsivamente abre as travas para lembranças que prefiro manter afastadas.Deixo-me afundar na meia obscuridade de sentimentos que recuso como sendo meus.Apresso os passos.Eu,a observadora dentro da maquina.

It comes to you begging you to stop
Wake up
But you just move your hands upon the clock
Throw coins in the wishing well
For us
You make believe that you are still in charge

Um saco de ossos que vagueia pelo simulacro de uma existencia.Uma coadjuvante da propria historia.
A voz meliflua e hipnotica me guia por entre vielas desconhecidas como se ha muito as conhecesse.Soturnas ruas estreitas de granito com seus casebres de tijolo carcomido pelo tempo,casas antigas de janelas e portas que dão diretamente para rua.Pareço conduzida dentro de um quadro impressionista onde não sinto minhas pernas.
Desemboco numa ponte estreita de granito lajeado e ali permaneço atônita.Na espera do ultimo grande ato do mestre titereiro aqui estou.O fantoche maltrapilho que jamais enxergou alem de si mesmo.
Em passos lânguidos caminho ate o parapeito.O misterio da vida alimenta o martirio do proprio misterio.Tudo tão confuso e insosso.Olho para as aguas turvas do lago e sinto como se um famigerado monstro ali me aguardasse.Respiro profundamente e o ar é entrecortado pela duvida.O ultimo ato da comedia é tragico.

E no final das contas tudo é vacuo.

Go Slowly


Me agarrei a uma possibilidade edionda de felicidade reciproca que jamais existiu.Ou tera sido apenas devaneio de uma mente que delira solitaria por entre meandros de sua insensatez?Caminha tibueante num labirinto de duvidas onde se jamais conheceu evanescencia de tristeza alguma.E quão melhor seria se jamais tivesse acreditado em toda palavra vã que me foi lançada.Se tivesse ouvidos somente pra tudo que jamais foi dito,apenas lido.Palavras que sonhei carregar comigo num sono distante.Sou eu agora vivendo meus medos e solidões.Minhas incertezas abstratas.Quem dira de mim o que fui se sou eu mesma tão absoluta em meus misterios?


over here

go slowly

come slowly to me

I've been waiting patient

patiently


Não pude ver alem do que meus olhos são capazes porque em algum momento o coração a mente cega.Acabo tremula num horizonte de paisagens confusas,distorcidas.Hoje respiro ares de naftalina num lugar que chamo casa.Um enorme vazio me preenche e assim sigo sorrindo como quem sonha qualquer coisa ludica pra se sonhar.Uma simples obrigação a qual me imponho pra que ainda haja resquicio de vida acordada.Tão imprescindivel quanto a mecanica de se inalar esse oxigenio infeccto-contagioso.
É onde surgem medos e delirios e extase numa aglutinação catarsica.Vivo as coisas do mundo da minha propria maneira de pensar.E as melodias dilacerantes continuamente regurgitam sua autocomiseração e lamuria enquanto durmo.Não estou livre dos meus pecados nesse fugaz tempo em que podemos nos esconder da realidade funesta.Todavia,é ali onde melhor consigo combater o que ha de pior em mim.Sou eu mesma minha especie de inimigo intimo numa luta intermitente.Quem dira de mim o que sou se todos nos permanecemos como nosso maior misterio?Me de uma chave que me leve a uma saida.


that there's a way out

that there's a way out

that there's a way out
javascript:void(0)

Sim ha uma saida e eu ei de conhece-la.Nem que seja o frio e escuro anseio da morte.Eu ei de conhece-la.Sentiremos então a liberdade de ser parte indubitavelmente de tudo aquilo que é vivo?

Per fas et nefas


Caminho por uma estrada de terra batida,vermelho desvairado,com uma extensa aleia de arvores desnudas ladeando.Seus galhos ressequidos como braços cadavericos parecem estender mãos imoveis a pedir misericordia em seu tormento.É esse um rumo que segue a esconder-se dos olhos(esse mediocre mecanismo que nos embota o cerebro para novas verdades possiveis) num horizonte rutilante de possibilidades não escolhidas.O ceu pardacento carregado de nuvens plumbeas com relampagos que rasgam essa semi escuridão.Tudo tão soturno e insolito.

Promessas de chuva enchem meu coração de felicidade e agonia.Um sentimento controverso pra me manter aquecido dentro do misterio de ser quem não se reconhece em si mesmo.Havia eu e houve a muito tempo que estranhou-se numa duvida de morte.



A self-fulfilling prophecy of endless possibilty

You're born and raised across the street

In algebra, in algebra

The fences that you cannot climb

The sentences that do not rhyme

In all that you can ever change

The one you're looking for

It gets you down

It gets you down





Paro e fito tudo a minha volta.Não ha som de passaros,nem flores com a surrealidade de suas cores e seu mitico perfume.Não ha respirar de vida nem manhãs de luz avida a emprestar a humanidade algum simulacro de alma.Só o que ha é esse cheiro acre de morte ao qual pertenço cada vez mais.E o esporadico flash dos relampagos mudos numa realidade surda.



There's no spark

No light in the dark

It gets you down

It gets you down



É um universo em desassossego a ser sempre outro que não se recorda do testemunho de ter sido.Onde estão as sensações vividas que como um fardo carregava comigo a me manter preso ao chão?Embriagar-se na ideia de ser nada exceto volatil.Sou imparcial a respeito do ridiculo de ter me feito gente e por que não simplesmente alguma outra coisa qualquer.Que especie de figura supomos ser.



You travel far

What have you found

When there's no time

There's no time

To analyse

To think things through

To make sense



Tão irriquieto no meu torpor de viver a ruminar o disparate das utopias.Penso eu que estou a dormir sob a sombra de uma figura desenhada.Mais me vale abrir uma cova pra me servir de alcova.



Like cows in the city, they never looked so pretty

By power carts and blackouts

Sleeping like babies

It gets you down

It gets you down

You're just playing a part

You're just playing a part

You're playing a part

Playing a part

When there's no time

There's no time

To Analyse

Analyse

Analyse

Enfant terrible



Criamos virus mistificados pra justificar erros inerentes a natureza humana.Não acredito que me valha a pena ser,apenas fingir em meu mais insipido amago que sou.Estou só,a fumar um cigarro na beira de uma estrada,sentada absorta sobre minha velha e surrada mala de couro.Me perco nessa confusa visão de quase noite entre o quase dia.Pertenço a um genero que o diabo adora ter.O das almas honestas e taciturnas que vagueiam por uma simulação de vida.
Ah o desassossego de nada fazer.Se ao menos pudesse regurgitar o absurdo das sensações confusas.Enfastiada de toda essa comedia a qual fui jogada.Teria eu algum dia desejado esta vinda num mundo desgraçado de convalescentes? Que morbida curiosidade teria me impelido!Roubei de mim mesma minha propria sorte de jamais ter nascido.A contar as horas e viver do tempo.A ver pela janela do predio uma finita e estreita visão de mundo.Apavora-me.

Rows of houses all bearing down on me

I can feel their blue hands touching me

All these things into position

All these things we'll one day swallow whole

And fade out again and fade out

This machine will not communicate

These thoughts and the strain I am under

Be a world child, form a circle

Before we all go under

And fade out again and fade out again


E a vida sempre doerá.Eu,esta enfant terrible!Não saberei buscar lagrimas.Nesta beira de estrada observo dentro de mim a monotonia de tudo que me faz humana.
Lenta e sorrateira,instala se uma insonia de um sono que é anseio de morte.
Rasteja o cadaver transtornado,de uma lucidez apavorante que é um pensamento vazio.


Cracked eggs, dead birds

Scream as they fight for life

I can feel death, can see it's beady eyes

All these things into position

All these things we'll one day swallow whole

And fade out again and fade out again

Immerse your soul in love

I am the son and heir of nothing in particular


Quero desabrochar desse sossego excessivo de ser eu fictício.Cansaço inaudito num torpor repleto de sono.Todos os dias como uma sucessão de momentos sufocados em horas de importância nenhuma.Quão abominável é o espetaculo da vida.
Avisto sobre a escrivaninha um caderno de ideias que são elas todas nada mais que velhos anseios disfarçados.Querer decifrar o indefinível.Tolice de existir uma saudade do que nunca houve.
Há um certo prazer nessa ferida cronica que me doí.
Nosso entendimento reciproco e lúcido de não haver esperanças.
Inúmeros seres indiferentes vivem em nós.
O carinho isento de não ser lembrado.A paixão insípida na expansão de um choro incorpóreo.
Levanto me da cama com a mesma certeza que move o moribundo.O mesmo entusiasmo insidioso dos convalescentes.Com a mesma promessa volúvel dos que se enchem de mistério.
Levanto me atordoado,como o ébrio fátuo e suas mentiras eufonicas para consigo mesmo.
Entorpecido por essa calma tépida de quem vive no colapso do eterno descontentamento.
Pra que haja morte é preciso antes,que haja vida.Um simulacro figurativo de uma identidade que é somente vulto.
Emergir na paisagem sonolenta de um ultimo olhar.Titubeante de desejo subito.
Pavido.Timido.Apatico.
Fenecer no tedio de uma solidão em final de tarde.
Sento me a beira do lago,sob a sombra fria de uma arvore cinzenta.
A comtemplar o engodo que me cerca,me deito.Como quem cala por esquecimento.



I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See I've already waited too long
And all my hope is gone
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sufoca me a madrugada...


Texto escrito em 23 de junho de 2009:

O que há dentro de mim que grita nas minhas madrugadas insones de uma sudorese a tremer de febre? Range os dentes. Sufoca o espirito. Rouba-me os pensamentos todos e deixa-me apenas a visão turva,do que seria uma memoria inebriante de um sorriso que é ele proprio o retrato exato de tudo o que poderia ser perfeito.
Tenho medo da morte a espreita nas esquinas.Dos sorrisos enferrujados em rostos com seu escrutinio nas janelas.
Conheço bem o que se passa e que em mim pouco se viu(Quiçá ainda não tenha visto). Não de tal maneira. Me assusta. Como posso dizer então daquilo que nunca vi, nem outrora senti? Os livros nada me ensinaram.
O misterio a correr nas veias.
E quando suponho tal coisa ter tomado forma? Recrudescia muda, a espreita. E hoje me devora.
Algum de nós deveria ter notado? Ceifado o mal sem cura que se aproximava sorrateiro?
Penso na morte temeroso do não estar quando antes estava. Ter sido sempre o mesmo convalescente a lamentar tudo. Aturdido pelo brilho nos olhos amendoados da menina. Uma presença se instala com um certo alivio. Havia em mim um suspiro que já não se encontra. Soluço engasgado num choro derradeiro.
Saudades sentirei de todos. Mas ha aquela por quem a razão é conivente. Fecha os olhos e sorri, pra que o sentimento inunde a tudo e me afogue. Por esta, não ha saudades. O que existe é sim como se me faltasse um pedaço do corpo. Uma perna, um braço ou ele todo. É como se eu não existisse em mim mesmo.
Não ha dicionarios em quaisquer linguas possiveis que sirva de uso.
...ja não ha remedio ou explicação plausivel.
Não te esquecerei jamais!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Entre o dito e o inaudito


O ponto é o final do dito. Ponto. Restou-me o silêncio que amarga as entranhas. Esperei a voz suave que me encantava com sua melodia inaudita. Libertava-me das sensações frivolas de um cotidiano caustico. Esperei horas. Esperei dias, meses e anos. Mas a voz calou-se depois do ponto. Pra sufocar na ternura angelical de si mesma.
Morreu entre o dito e o não dito.
Sentei na orla da praia a observar o quebrar de ondas. Concentrei-me em deixar os pensamentos numa dança desvairada. Brisa suave no rosto escanhoado. Atenção concentrada torna-se a prisão das ideias livres. Fecho os olhos e respiro profunda e pausadamente.
Sorriso timido a desabrochar no cheiro vago de uma lembrança.
Tudo o que resta do amor que um dia houve repousa sobre a escrivaninha. Uma turva foto sua em preto e branco.


sábado, 10 de abril de 2010

Hole Acoustic MTV - Hungry Like The Wolf and Doll Parts



aconteceu que num periodo de tempo,cambaleante em meio ao caos do desenvolvimento tecnologico e a musica suja e underground dos 90's,desacreditado do que a vida poderia me proporcionar no que diz respeito ao romantismo que só concerne aos idiotas,conheci,atraves da historia que escrevemos com nossa caligrafia torta de palavras pouco poeticas,uma das pessoas mais apaixonantes da minha vida estupida.que carregarei ate que de mim nem cinza reste,com o pesar dos que perdem mais do que poderia suportar,dentro de um coração murcho de quem falhou o que supunha ser.
e foi graças a esse show que instalou se,na coincidência que se acredita é a piada do destino,um amor reciproco que acabou morrendo sufocado pelo proprio peso.

Desperto...



despertar de um sono dos aflitos,cheio de horas intermináveis,de risos lapidados na necessidade pressurosa de quem vive numa solidão ressoante.madrugada fria e um abrupto secar me a boca.na escuridão tácita do meu quarto.tatear,lânguida e pretensiosamente em busca do calor do seu corpo.deparo me com o gélido vazio da cama.todas as manhãs velo aflito uma euforia que nunca se concretiza.eu,que ha muito titubeio sobre essas pernas tremulas de João ninguém.
vivo o fastio desta jazida lúgubre,envolto numa eterna nuvem translúcida de reticências.ferida palpável de uma dor quase tangível.
esse conhecimento antecipado de que nada se realizara me atordoa.
cativo desse meu cansaço de ser.abjurando o romantismo pusilânime que foi tudo que poderia haver.
esmolar o regalo dos abraços.a saciedade dos beijos.
e no final,ter a certeza de ser sempre esquecido.

terça-feira, 6 de abril de 2010

I lost someone



Eu andei por cidades desconhecidas, absorta,num frio inaudito do mês de Março,entre gente que jamais chamarei pelo nome, procurando olvidar o sentido de estar assim tão cheia de agrura.Como se a exuberância das arquiteturas pudesse me salvar dos escombros de mim mesma.
Não,não há quem me ponha fé.Atribulada e com uma ferida que me cansa em sua dor e desconforto me mantenho protegida.
Alguma coisa se perdeu nesse entremeio em que habito.
Caminhei numa penumbra de sonho vívido e chorando a ausência do riso enterrei meus pés na areia.Ouvia a melodia etérea a liquefazer me, misturando sua voz sublime ao quente do sangue e ao frio da alma.

"I lost someone
A million to one
Ten thousand people
Under my false
Someone, the one, my one
The only one
That's the someone
The someone
The only one
That's the someone
That I lost"

Na praia,esperei a noite em seu arroubo de estrelas rutilantes encontrar me em minha dança solitária repleta de sussurros.
O sopro apaga a chama e cercada pela grandeza dos mistérios do mundo, pra que houvesse ainda uma calma a ocupar me as vísceras,mastiguei as cinzas.
Pulsava em mim a lembrança ofegante dos beijos umidos em lábios cúmplices e nessa ausência nauseante de abraços, regurgitei.


"He's nothing but a stranger
Come on home to me
I'm so weak on my knees
Help me, help me please
Please, please
Good God Almighty I love you
I lost someone
One trillion to one
A million people
Under the big old sun I see
My one on the street
Looking like a bomb
That's my one
That's my someone
He's the one
He's
Help that one"

Deitei me sobre a angustia convalescente,contraindo me numa reflexão nascida de todas essas sensações abstratas.Na inercia derradeira de nascer em mim um perdão irrequieto.
Presa aos fragmentos que são ultimos restos meus da derrota deixo banhar me as lagrimas.Estremeço.
Desligo o radio com o coração incerto.E na travessia indefinida das hipoteses,me perco no sono.

domingo, 4 de abril de 2010

Durmo



Sentei me a beira do lago com essa ânsia de morte que me entranha a carne.Essa espera tácita de um passar de horas infindável, que há de parir em mim,cedo ou tarde,todos e demais devaneios.
Contemplava a bucólica paisagem que me estremece o corpo, me invade com sua solidão tão cheia de sombras e cheiros.Gritei.Gritei em meu torpor mórbido de como quem sente a dor lancinante que já não cabe dentro de si.
Por nunca ter tido nada,me vejo livre.
Uma brisa amena me roçou a pele,passou por mim com seus dedos moribundos a me eriçar os cabelos.Deito me na relva e invento auscultar a respiração do mundo.
Triste de quem vive essa eterna ausência de sonhos não dormidos.
Me custa amar,que com esses fios invisíveis controla o farrapo de um corpo esquálido.
Sou eu,paradoxo cambaleante e insípido numa magoa que persiste.
Uma garrafa de vinho jaz vazia ao meu lado.Algumas bitucas espalhadas a esmo,elas todas levando consigo vestigios de um batom vermelho em labio trêmulo. Encolhi me ainda mais,em posição fetal protegida deste desassossego que no âmago reside.Cresce o cansaço.Os olhos pesam embotados e sei que se estou tonta é de tanto pensar.
Sentei me a beira do lago com essa ânsia de morte que me entranha a carne.Imperfeita criatura num deslumbramento incógnito.Luminosidade surreal,surrealismo luminoso.Nas asas de borboleta sucede se um contraste austero com o dia cinzento, e a me beijar as palpebras,arde me as pupilas.
Durmo.Pesadelos mastigados,ruminados e nunca digeridos.



"Seems that I have been held, in some dreaming state
A tourist in the waking world, never quite awake
No kiss, no gentle word could wake me from this slumber
Until I realise that it was you who held me under

Felt it in my fist, in my feet, in the hollows of my eyelids
Shaking through my skull, through my spine and down through my ribs

No more dreaming of the dead as if death itself was undone
No more calling like a crow for a boy, for a body in the garden
No more dreaming like a girl so in love, so in love
No more dreaming like a girl so in love, so in love
No more dreaming like a girl so in love with the wrong world"

Florence and the Machine - blinding

terça-feira, 30 de março de 2010

Espasmo das horas


Aconteceu me que atraves dos nevoeiros,aguardava insone o destino a talhar me na carne um futuro aziago.Fingindo uma saudade que é eco.
Se fico eu enfadonha,me calo.
Quem me ve deitar tristes olhos num vacuo que carrego dentro de mim,um universo cheio de horror e alegria que é vasto por dentro.
Quem me ve tremer na febre que é subita e tão cheia de misterio.
Quem me ve passar nas ruas sob a chuva fria de um ceu cinzento.
Quem me ve dormir o sono agitado que é refugio do escrutinio alheio.
Cai como um ser de trapo que não se sustenta sobre as pernas.
Curvei me nesse cansaço e na descrença do qual sentido era me dar consciência.
Minto.
Quem me ve,estara assim como eu,criatura sordida a se afogar num espasmo das horas.
Num claustro lugubre,olvidado em algum lugar entre o desprezo lucido e a indiferença das coisas efêmeras.


"Ten times removed
I forget about where it all began
Bastard son of a bastard son of
A wild eyed child of the sun
And right as rain, i'm not the same but
I feel the same, i feel nothing
Holding back the fool again
Holding back the fool pretends
I forget to forget nothing is important
Holding back the fool again"

Smashing Pumpkins - to forgive