domingo, 26 de julho de 2009

...These are my twisted words...


Na noite pulsante a rua é lar dos mendigos. Diversão de rappers e skatistas. É o circo dos pobres. Ringue de punks e skinheads.A escória, vista em fotos de jornais sensacionalistas pelas lentes vitreas de enojados ricos pedantes. Cerceados em seus condominios pelos muros altos da segregação. Estão apreensivos pelas suas crianças. Proteja sua prole dos imundos macacos de circo. Eles trabalham pra nós. Gorjeta aos que seguem no rebanho. Os que se calam consentem. Óleo nas engrenagens. Assinatura trêmula nas entrelinhas.

Atmosfera de jovens alucinados e suas tribos diversas recheadas de um completo vazio. Escravos acreditando no livre arbítrio.Caminham a esmo como insetos guiando-se pela luz neon da cidade caótica. Avenida Paulista é um luxo. É um lixo. É uma mistura de gêneros que se repelem e que anseiam na realidade a mesma coisa disfarçada.Os que não se calam empunham rebeldia como arma apontada sem munição. Disparam com suas bocas freneticas palavras de calibre nenhum. No final das contas é tudo mais do mesmo. Ouço nas ruas o eco de uma empáfia cultural.Gente maluca querendo uma dose mais de adrenalina no sangue. Uma vida entorpecido. Mas a burguesia é seduzida. Filhos dos ricos compram dos filhos dos pobres que matam outros filhos da puta numa guerra entre si. O ser humano criou um historia fantastica de ambição e avareza ao longo dos seculos.Eu pensava em como as coisas são estranhamente sem nexo nesse mundo desordenado. Como aceitamos que apenas 1% da população retenha quase toda riqueza do mundo? Abandono absoluto a uma maioria que vive na merda. O dinheiro é o câncer da nossa sociedade monetaria e patriarcal.Um controle incondicional e bem engendrado sobre todas as mentes. Quem começou toda esta falcatrua?

Limpava os corpos fétidos em sua putrefação de ricos e indigentes. Profissão que me dava a medida exata de nós. Somos de fato todos bonecos pusilânimes encenando num período de tempo. Consciência de uma realidade subjetiva. O que é exatamente, o rosto verdadeiro daquilo que não esta em mim? Um pedaço de carne frio jaz sobre a mesa. Sem vida. Índios incinerados e ladrões esquartejados. Xenófobos e homofóbicos em sua mesquinharia de pensamento. Inocentes brutalmente mortos no transito vitimas de um ordinario bêbado filho da puta. Motoboys vitimas de sua propria insensatez e urgência, deputados corruptos nus transbordam contas milionarias no exterior.Mulheres que morrem vitimas de ignorância cega por um aborto proibido. Nos somos responsáveis pelo caos. Todos fedemos.

Todos somos compostos da mesma matéria inicial.

Conectados no instante primevo a essência do que se expande.

Escória caminhando sobre pernas titubeantes.Somos nós, simios virulentos filhos da puta.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

The Beatles - I'm Only Sleeping

When I wake up early in the morning
Lift my head, I'm still yawning
When I'm in the middle of a dream
Stay in bed, float upstream

Please don't wake me
No don't shake me
Leave me where I am
I'm only sleeping

Everybody seems to think I'm lazy
I don't mind, I think they're crazy
Running everywhere at such a speed
Till they find there's no need

Please don't spoil my day
I'm miles away
And after all
I'm only sleeping

Keeping an eye on the world going by my window
Taking my time

Lying there and staring at the ceiling
Waiting for that sleepy feeling

(solo)

Please don't spoil my day
I'm miles away
And after all
I'm only sleeping

Keeping an eye on the world going by my window
Taking my time

When I wake up early in the morning
Lift my head, I'm still yawning
When I'm in the middle of a dream
Stay in bed, float upstream

Please don't wake me
No don't shake me
Leave me where I am
I'm only sleeping

domingo, 12 de julho de 2009

Foje mi sentas ke mi ne ankoraŭ spertis veran amon



O estranho atravessou a rua sentindo o vento gelido no rosto pálido escanhoado. Caminhava ofegante,labios ressequidos camuflando dentes tortos e cobertos pela ferrugem anciã de alimentos,de quem desconhece,por pobreza ou por falta de acuidade,quiçá ambas,as noções sumárias da higiene pessoal.Promessas de beijos jamais cumpridas.Fantasia-se romances dentro de um cerebro de imaginação limitrofe.
A desconhecer o afã apaixonado dos abraços numa noite melancolica de outono.
Os pés,exangues e oprimidos num sapato andrajo que outrora serviu alguem de muito menos fortuna.Formigantes pés de quem leva consigo um frio que lhe vem do âmago.
Sombra arqueada pelas dores que os anos acumulavam.Era o peso das desilusões todas de jamais ter sido nada que um senão.
As juntas lhe são uma penitência merecida pela covardia de viver como um fantasma perdido num labirinto dentro de si mesmo. Um ecoar infinito dos urros que lhe afloram o espirito. A morrer no deserto das percepções.
Mãos cadavericas unidas contra o peito como numa prece. A reza é um opiáceo.Congregações de viciados num domingo enlutado curvam se em lastimas perante estatuas que serão eternamente surdas.
O estranho pigarreia e para. Silêncio sob a lua.Incerteza adornando a iminência do ato.
A luz amarelado funesto dos lampiões a gás a atrair insetos.
Olha para o céu de nuvens grandes e esparsas no vasto descampado de estrelas rutilantes.
Lagrima extemporânea a escorrer cheia de arroubo.
Furta a calidez da noite com os olhos embotados,no seu trotar coxo de passos desajeitados sobre paralepipedos íngremes da rua imersa no seu sono da madrugada.
Aperta os passos numa ânsia e estremecimento que é o saber prognostico do corpo e da alma.Se aproxima o fatidico livrar-se do mundo interior em ruinas.
No parapeito do rio o fraquejar das pernas.Um ultimo dizer sufocado pela emoção sincera de jamais sentir saudades.
"- O que ha de romântico em nascer e morrer e nesse breve espaço de tempo viver a historia,minha e do mundo,escrita por mãos trêmulas num sossego de dia chuvoso?
Sinto as asas elegantes a rasgar-me a carne e ser ela somente em espirito."
Não ha despedidas. So o alivio e o gozo na invasão das aguas a lhe roubar o ultimo suspiro.

*(Às vezes sinto que ainda não experimentei um amor verdadeiro.)


"a storm at sea, bow cracked and I was capsizing.
i sunk below where I swore I would never go.
if you can't stand in place,
you can't tell who's walking away
from who remains... who stays, who stays, who stays...

there are no tears, just pity and fear.
the vast ravine right in between."

(Death Cabie for Cutie - Pity and Fear)