Na noite pulsante a rua é lar dos mendigos. Diversão de rappers e skatistas. É o circo dos pobres. Ringue de punks e skinheads.A escória, vista em fotos de jornais sensacionalistas pelas lentes vitreas de enojados ricos pedantes. Cerceados em seus condominios pelos muros altos da segregação. Estão apreensivos pelas suas crianças. Proteja sua prole dos imundos macacos de circo. Eles trabalham pra nós. Gorjeta aos que seguem no rebanho. Os que se calam consentem. Óleo nas engrenagens. Assinatura trêmula nas entrelinhas.
Atmosfera de jovens alucinados e suas tribos diversas recheadas de um completo vazio. Escravos acreditando no livre arbítrio.Caminham a esmo como insetos guiando-se pela luz neon da cidade caótica. Avenida Paulista é um luxo. É um lixo. É uma mistura de gêneros que se repelem e que anseiam na realidade a mesma coisa disfarçada.Os que não se calam empunham rebeldia como arma apontada sem munição. Disparam com suas bocas freneticas palavras de calibre nenhum. No final das contas é tudo mais do mesmo. Ouço nas ruas o eco de uma empáfia cultural.Gente maluca querendo uma dose mais de adrenalina no sangue. Uma vida entorpecido. Mas a burguesia é seduzida. Filhos dos ricos compram dos filhos dos pobres que matam outros filhos da puta numa guerra entre si. O ser humano criou um historia fantastica de ambição e avareza ao longo dos seculos.Eu pensava em como as coisas são estranhamente sem nexo nesse mundo desordenado. Como aceitamos que apenas 1% da população retenha quase toda riqueza do mundo? Abandono absoluto a uma maioria que vive na merda. O dinheiro é o câncer da nossa sociedade monetaria e patriarcal.Um controle incondicional e bem engendrado sobre todas as mentes. Quem começou toda esta falcatrua?
Limpava os corpos fétidos em sua putrefação de ricos e indigentes. Profissão que me dava a medida exata de nós. Somos de fato todos bonecos pusilânimes encenando num período de tempo. Consciência de uma realidade subjetiva. O que é exatamente, o rosto verdadeiro daquilo que não esta em mim? Um pedaço de carne frio jaz sobre a mesa. Sem vida. Índios incinerados e ladrões esquartejados. Xenófobos e homofóbicos em sua mesquinharia de pensamento. Inocentes brutalmente mortos no transito vitimas de um ordinario bêbado filho da puta. Motoboys vitimas de sua propria insensatez e urgência, deputados corruptos nus transbordam contas milionarias no exterior.Mulheres que morrem vitimas de ignorância cega por um aborto proibido. Nos somos responsáveis pelo caos. Todos fedemos.
Todos somos compostos da mesma matéria inicial.
Conectados no instante primevo a essência do que se expande.
Escória caminhando sobre pernas titubeantes.Somos nós, simios virulentos filhos da puta.